Évora! Ruas ermas sob os céus Cor de violetas roxas ... Ruas frades Pedindo em triste penitência a Deus Que nos perdoe as míseras vaidades! Tenho corrido em vão tantas cidades! E só (...)
Torre de Névoa Subi ao alto, à minha Torre esguia, Feita de fumo, névoas e luar, E pus-me, comovida, a conversar Com os poetas mortos, todo o dia. Contei-lhes os meus sonhos, a (...)
A minha Dor é um convento ideal Cheio de claustros, sombras, arcarias, Aonde a pedra em convulsões sombrias Tem linhas dum requinte escultural. Os sinos têm dobres de agonias Ao (...)
Não me digas adeus, ó sombra amiga, Abranda mais o ritmo dos teus passos; Sente o perfume da paixão antiga, Dos nossos bons e cândidos abraços! Sou a dona dos místicos cansaços, A (...)
A tarde é de oiro rútilo: esbraseia O horizonte: um cacto purpurino. E a vaga esbelta que palpita e ondeia, Com uma frágil graça de menino, Poisa o manto de arminho na areia E (...)
Para quê ser o musgo do rochedo Ou urze atormentada da montanha? Se arranca a ansiedade e o medo E este enleio e esta angústia estranha E todo este feitiço e este enredo Do nosso (...)
Subi ao alto, à minha torre esguia, Feita de fumo, névoas e luar, E pus-me, comovida, a conversar Com os poetas mortos, todo o dia. Contei-lhes os meus sonhos, a alegria Dos versos que são (...)
Se é sempre Outono o rir das Primaveras, Castelos, um a um, deixa-os cair... Que a vida é um constante derruir De palácios do Reino das Quimeras! E deixa sobre as ruínas crescer heras, D (...)
Eu queria ser o mar de altivo porte Que ri e canta, a vestidão imensa! Eu queria ser a Pedra que não pensa, A pedra do caminho, rude e forte! Eu queria ser o Sol, a luz intensa, O (...)
Altiva e couraçada de desdém, Vivo sozinha em meu castelo: a Dor! Passa por ele a luz de todo o amor... E nunca em meu castelo entrou alguém! Castelã da Tristeza, vês?... A quem?!... (...)