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andar por fora

"Há pequenos instantes na vida que preenchem o momento. É preciso recomeçar a viagem. Sempre!"

☆As melhores memórias tem sempre uma viagem!☆
16 de Março, 2014

Lenda da Aldeia Histórica de Castelo Novo

sonia goncalves

 

 

 

 

 

Belisandra e a praga dos gafanhotos.

 

"Referidas até em relatos bíblicos, as pragas de gafanhotos sempre assustaram os agricultores. E segundo a tradição, em tempos idos, Castelo Novo esteve ameaçado por uma praga de gafanhotos. Vivia próximo desta aldeia uma rapariga de seu nome Belisandra e que por causa da sua fama de bruxa vivia na mais completa solidão, tendo por companhia, unicamente, um gato. Sempre que necessitava de ir á aldeia, a pobre Belisandra tinha de enfrentar um coro de maledicência, risinhos de troça e o desprezo de todos. Embora em horas de aflição, muitos a ela recorrerem-se em segredo, em publico troçavam dela como se uma maldição se tratasse. Do mesmo castigo sofrera sua mãe Lisandra e sua avó Cassandra. Nunca ninguém tinha presenciado nada que confirmasse tais historias, mas dela se dizia que controlava o sol e a chuva, que curava doenças, que ensinava a melhor maneira de fazer filhos homens, e assim por diante… Belisandra atendia quem a procurava mesmo sabendo que no dia seguinte todos continuariam a dizer horrores sobre ela.

Um belo dia estando os campos cobertos de belas searas e o povo preparando-se para colher os frutos do seu trabalho, viram surgir no céu uma espessa nuvem que quase cobriu o sol. A princípio ninguém percebia do que se tratava, mas aos poucos compreenderam que se avizinhava uma praga de gafanhotos. E pela primeira vez, em grupo, recorreram a Belisandra que a todos surpreendeu quando lhes disse que deveriam fazer uma Procissão à Senhora da Misericórdia porque só ela lhes podia valer. Assim fizeram e conta a lenda que ainda a procissão ia no adro já os gafanhotos caíam mortos às centenas. O povo prometeu fazer a procissão todos os anos e cumpriu, porque ainda hoje em Setembro a tradição se mantém. Belisandra continuou a viver a sua vida solitária, pela fama de bruxa, mas desde esse dia o povo passou a respeitá-la. Não sem que se perguntassem como podia uma mulher cristã dominar as forças da natureza…"

 

texto | Casas do Cruzeiro

 

FOTO:

Castelo Novo

março'14