A noite, que do mundo, o som descanta O canto, que do mundo, a luz depende A noite, percepção, de que no ar O mar, o som do mar, que no ar anda A terra, percepção, de que terrestre O (...)
Acendemos na noite uma fogueira ansiosa, na esperança de um navio que nos aviste. Somos feitos da massa de quem ousa, de quem não se acomoda, antes resiste. Mas, após a tempestade, a (...)
Como casa limpa Como chão varrido Como porta aberta Como puro início Como tempo novo Sem mancha nem vício Como a voz do mar Interior de um povo Como página em branco Onde (...)
Do meio da rua (Que é, aliás, o infinito) Um pregão flutua, Música num grito... Como se no braço Me tocasse alguém Viro-me num espaço Que o espaço não tem. Outrora em criança (...)
Subi ao alto, à minha torre esguia, Feita de fumo, névoas e luar, E pus-me, comovida, a conversar Com os poetas mortos, todo o dia. Contei-lhes os meus sonhos, a alegria Dos versos que são (...)
Altiva e couraçada de desdém, Vivo sozinha em meu castelo: a Dor! Passa por ele a luz de todo o amor... E nunca em meu castelo entrou alguém! Castelã da Tristeza, vês?... A quem?!... (...)
Por interstícios das malas abertas de quando éramos crianças gritam as bocas sem nenhum eco das bonecas. Criaturas fictícias, escalpelizadas e sem tintas, de ventre oco. Mas o mortal (...)
O Padrão do Salado, de estilo gótico, comemora, de acordo com a tradição, a Batalha do Salado travada em 1340 contra os mouros, no sul de Espanha. Nesta batalha, Afonso XI de (...)