"A vida não passa de um instante, mas basta este instante para empreendermos coisas eternas."
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Óbidos
junho'13
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"A vida não passa de um instante, mas basta este instante para empreendermos coisas eternas."
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Óbidos
junho'13
...num ramo de oliveira.
"O pássaro, ao pousar num ramo muito frágil, sabe que ele pode ceder a qualquer momento; porém, ao invés de sentir medo, continua cantando - pois também sabe que, em qualquer emergência, terá asas para voar..."
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junho'13
do Baleal, situada em Peniche.
"Em todas as coisas da natureza existe algo de maravilhoso."
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Ilha do Baleal, Peniche
junho'13
Eu pescador que pesco por um instinto antigo
e procuro não sei se o peixe se o desconhecido
e lanço e recolho a linha e tantas vezes digo
sem o saber o nome proibido.
Eu de cana em punho escrevo o inesperado
e leio na corrente o poema de Heraclito
ou talvez o segredo irrevelado
que nunca em nenhum livro será escrito.
Eu pescador que tantas vezes faço
a mim mesmo a pergunta de Elsenor
e quais águas que passam sei que passo
sem saber resposta. Eu pescador.
Ou pecador que junto ao mar me purifico
lançando e recolhendo a linha e olhando alerta
o infinito e o finito e tantas vezes fico
como o último homem na praia deserta.
Eu pescador de cana e de caneta
que busco o peixe o verso o número revelador
e tantas vezes sou o último no planeta
de pé a perguntar. Eu pescador.
Eu pecador que nunca me confesso
senão pescando o que se vê e não se vê
e mais que o peixe quero aquele verso
que me responda ao quando ao quem ao quê.
Eu pescador que trago em mim as tábuas
da lua e das marés e o último rumor
de um nome que alguém escreve sobre as águas
e nunca se repete. Eu pescador.
Manuel Alegre
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Ilha do Baleal, Peniche
junho'13
"Mais importante do que a obra de arte propriamente dita é o que ela vai gerar. A arte pode morrer; um quadro desaparecer. O que conta é a semente."
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Óbidos
junho'13
Bebido o luar, ébrios de horizontes,
Julgamos que viver era abraçar
O rumor dos pinhais, o azul dos montes
E todos os jardins verdes do mar.
Mas solitários somos e passamos,
Não são nossos os frutos nem as flores,
O céu e o mar apagam-se exteriores
E tornam-se os fantasmas que sonhamos.
Por que jardins que nós não colheremos,
Límpidos nas auroras a nascer,
Por que o céu e o mar se não seremos
Nunca os deuses capazes de os viver.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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Peniche
junho'13
...Peniche.
De peito na frágil tábua
Sensação de Liberdade
Uma perfeita sincronia
Esperando o momento certo
para acompanhar a harmonia
Sentir a espuma no rosto
sal e sol sentir so o gosto.
De pé na frágil tábua
em busca de estabilidade
pegando mais velocidade
descobre um novo vicio
a alma se purifica,
o corpo se adapta,
a mente se estabiliza.
Deitado na frágil tábua
olhando o sol se por
na boca o gosto de sal
Na pele o gosto do sol
Não há nada
Nada que um dia desses não cure
O que para uns são águas salgadas
para outros são águas sagradas.
Matheus Machado
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Baleal, Peniche
junho'13
"Chega um momento em sua vida, que você sabe: Quem é imprescindível para você, quem nunca foi, quem não é mais, quem será sempre!"
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Praia do Baleal, Peniche
junho'13
À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.
Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.
Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.
Sophia de Mello Breyner Andresen
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junho'13