... mais do que um rio, um maravilhoso cenário natural.
A 2.080 metros de altitude nos picos da Serra de Urbião (Sierra de Urbión), na província de Sória (Espanha), nasce o Rio Douro. Atravessa o Norte de Portugal e desagua no Porto. Tem 927 km de comprimento e é o segundo rio mais extenso da Península Ibérica.
Depois do trabalho do rio, que cavou fundo o seu leito, o homem adaptou as encostas íngremes à cultura da vinha, construindo assim uma das mais antigas regiões vitícolas do mundo, a Região Demarcada do Douro, hoje Património Mundial da Humanidade, onde se produz o famoso vinho do Porto.
Suor, rio, doçura.
(No princípio era o homem ...)
De cachão em cachão,
O mosto vai correndo
No seu leito de pedra.
Correndo e reflectindo
A bifronte paisagem marginal.
Correndo como corre
Um doirado caudal
De sofrimento.
Correndo, sem saber
Se avança ou se recua.
Correndo, sem correr,
O desespero nunca desagua ...
(Miguel Torga)
Corre, caudal sagrado,
Na dura gratidão dos homens e dos montes!
Vem de longe e vai longe a tua inquietação...
Corre, magoado,
De cachão em cachão,
A refractar olímpicos socalcos
De doçura
Quente.
E deixa na paisagem calcinada
A imagem desenhada
Dum verso de Frescura
Penitente.
(Miguel Torga)
Quem vem e atravessa o rio, junto à serra do Pilar, não fica indiferente à margem da Ribeira de Gaia, onde dezenas de barcos rabelos relembram o transporte do Vinho do Porto.
Para mim qualquer viagem à beira rio nas margens do Douro é sempre bem-vinda, seja a pé, de carro, comboio ou barco.